sexta-feira, 6 de março de 2015

Apistogrammas

O Apistogramma como a maior parte de vocês sabe, pertence ao grupo da Grande família dos Ciclideos (Cichlidae), ordem Perciformes.
“Reza” a história que, os primeiros Apistos foram descritos em cerca de 1860/61, cujo nome foi dado por Regan, foi proposto inicialmente em Março de 1906 mas apenas em 1913 se começou a ser usado como referência.
O nome Apistogramma foi dado devido à linha horizontal que têm ao longo do corpo desde a cauda até aos olhos, são peixes que vivem na América do Sul, podem atingir o máximo de 10 cm ou de 3 cm, como uma das espécies que mantive: Apistogramma Nijsseni.
Num aquário, é de referir que poderão ser mantidos em comunitários, biótopos ou em naturais aquários de selecção/ reprodução, desde que se tenha em especial atenção a qualidade da água, que deve ser bastante mole. Quanto ao PH poderá variar de espécie para espécie, pois como vivem numa área muito ampla, o que faz com que algumas espécies vivam em águas bastantes escuras e com PH de 4,0 onde a temperatura pode atingir mínimos máximos de 22ºC.
Visto que os Apistogrammas são peixes de fundo/área, na minha opinião, deve-se no mínimo oferecer como habitat um aquário de 80×40 de área, oferecendo assim vários territórios, isto dependendo sempre das espécies que mantemos, podendo usar vasos, xistos, troncos, cascas de côco etc, eu uso troncos pois tornam a água escura tal como na natureza.
São peixes bastante territoriais, lutando por território; acasalamento; protecção de alevins ou até mesmo por comida.
Apistogramma
A reprodução é relativamente fácil, porém, existem certas exigências para cada espécie.
Num exemplo, a maior parte de quem os mantém com fins reprodutivos, mantém um casal num aquário típico 60x30x30, podendo colocar Corydoras e Tetras:
  • Corydoras pois sempre vão limpando os restos de comida.
  • Tetras porque ajudam a dissipar a agressividade tanto do macho como da fêmea.
Eu aconselho que, com a proximidade da desova, fossem retiradas as Corydoras, pois existe o risco dos ovos serem devorados. Após o nascimento, os alevins serão um petisco para os Tetras sejam de que espécie forem, logo, mal os alevins comecem a nadar, aconselho também a retira-los.
Se optarem por deixar lá ambas as espécies além Apistogrammas, deverão sempre ter atenção ás investidas, pois por protecção da nova prole, tornam-se realmente bastante agressivos e por experiência própria, num aquário 80x40x40 onde tinha um casal selvagem de Apistogramma Bitaeniata, vi na altura da desova “virarem” 5 Corydoras Schwartzi. Para preparar um bom habitat, esconderijos e muita flora, principalmente musgo de java junto ás possíveis tocas, são refúgios excelentes para a pequenada.
Falando da reprodução propriamente dita… Os progenitores devem ser bem alimentados, existe uma grande diversidade de alimentos de boa qualidade, porém, o alimento vivo é sempre a melhor opção.
Um dos comportamentos pioneiros, é o macho andar em constante perseguição à fêmea, que até ela o aceitar irá fugir dele. Uma vez aceite, o macho começa em danças mais vigorosas, abrindo as barbatanas e realçando as suas cores, ai a fêmea vai ganhando um tom amarelado, ou vermelho alaranjado dependendo da espécie, isto após se aceitarem mutuamente.
A fêmea começa então a ser mais agressiva para o macho ao que ele mostra submissão, ai os dois escolhem um local de desova, local esse limpo.
Dependendo da toca, a fêmea ficará temporariamente, entre 36 e 48 horas sem se ver, saindo apenas para comer.
Após o nascimento dos pequenos, irão estar na toca por mais 3 a 7 dias, onde ainda se vão alimentando do saco vitelino e sempre sob o olhar atento da fêmea, que os vai mudando de sitio caso ache mais seguro.
Aconselho aqui colocar comida que fique no fundo, dando um pouco a mais que o costume, isto para que o casal fique mais seguro sabendo que existe comida suficiente para a prole vingar. Ao fim dessa semana, os pequenos já poderão ser alimentados com alimento vivo e irão começar a nadar livremente, sempre junto à mãe, que para eles conhecerem o habitat leva-os em pequenas “expedições”.
O cuidado com os choques térmicos e de PH nesta altura devem ser redobrados, tal como o filtro, caso não seja de esponja, teremos de colocar lã de vidro para Aquariofilia ou esponja à entrada da água para o filtro interno, externo ou de cascata…
Deve-se a partir dos primeiros 25 dias, mais ou menos, controlar diariamente o comportamento de quem lhes deu vida, pois podem-na tirar caso se preparem para uma nova postura, caso aconteça o casal começar a ficar agressivo para os alevins e os queiram “safar”, poderão então trasporta-los para um aquário idêntico ao que nasceram, transportando também a água do mesmo pelo menos que enche o aquário 70%, enchendo a restante percentagem diariamente até atingir a litragem total, neste caso, um aquário 40x30x25 é o suficiente, apenas com um filtro de esponja.
De uma maneira geral, podemos passar á prática oferecendo com um baixo sacrifício monetário, um aquário biótopo para Apistogrammas de qualidade, pois para além de conter espécies magnificas como os Bitaeniata, Hognsloi, MacMasteri etc, o seu comportamento desde a luta por comida até à reprodução e protecção dos alevins, passando por lutas territoriais por comida, rituais nupciais etc, podemos observar movimentos e aventuras novas dentro do aquário todos os dias, o que no meu entender é uma aventura interessantíssima manter um aquário para Apistogrammas, seja ele apenas para os manter ou reproduzir, é sem sombra de duvidas, dos grandes momentos que a Aquariofilia nos proporciona.

Nenhum comentário:

Postar um comentário